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Recentes pesquisas científicas e clínicas confirmam que o tabagismo afeta de maneira negativa a cicatrização dos ossos. Inovações como os cigarros eletrônicos e produtos de tabaco aquecido (HTPs) surgiram se vendendo como alternativas mais seguras aos cigarros tradicionais. Porém fica o questionamento: quais os efeitos desses produtos na saúde e no processo de cicatrização ortopédica?
Os dispositivos de vaporização geralmente envolvem o aquecimento de uma solução líquida que pode, ou não, conter nicotina. Essa substância também vem acompanhada de aromas e sabores e outras substâncias adicionais para agradar o público jovem. A tecnologia HTP aquece o tabaco processado a uma temperatura menor do que a dos cigarros normais.
De acordo com estudos atuais, os cigarros eletrônicos e tradicionais podem aumentar em até 60% o tempo de cicatrização de uma determinada fratura. “Isso acontece porque a fumaça provocada pela inalação desses produtos diminui a capacidade do organismo de curar lesões, além de comprometer a capacidade de absorção dos nutrientes dos ossos”, comentou Dra. Mariana Ferrer.
Por causa desse fator, jovens que normalmente não têm doenças como osteoporose desenvolvem de maneira precoce fragilidade dos ossos, o que ocasiona maior propensão a fraturas.
Nos Estados Unidos, o produto foi aprovado e tem comercialização legal desde 2019. No entanto, são necessários mais estudos sobre o impacto desses produtos na saúde dos músculos e ossos.
De acordo com o Relatório da Convenção para o Controle do Tabaco, da Organização Mundial da Saúde (OMS), pediu-se aos 181 participantes da organização para que proibissem os dispositivos eletrônicos para fumar. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta que o tabagismo ainda mata cerca de 430 pessoas por dia.
Na publicação do The Journal of Bone & Joint Surgery, foram relatados resultados de uma pesquisa científica que examinou o efeito dos HTPs nas células. Eles compararam os resultados gerados com dados de cigarros tradicionais.
A partir do estudo, concluiu-se que o uso dos cigarros eletrônicos prejudica a viabilidade celular, a diferenciação osteoblástica e aumenta a propensão a fraturas de maneira parecida com os cigarros comuns.
“O alerta também vale para os fumantes que passam por cirurgias. A cicatrização é mais lenta e eles ficam expostos a infecções ósseas. O prejuízo também atinge os chamados fumantes passivos”, garante a ortopedista.
Dependendo do produto, o cigarro eletrônico pode conter 60 vezes mais nicotina do que o tradicional. “A pessoa que utiliza o cigarro eletrônico sofre lesões mais graves e tem maiores chances de desenvolver osteoporose e outras doenças ósseas”, completa Mariana Ferrer.
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Ortopedista pediátrica aprofundou conhecimentos no Boston’s Children’s Hospital – hospital afiliado à Universidade de Harvard, e retorna para Brasília em agosto.