Qual é a diferença entre joelho varo e joelho valgo?

O joelho recebe toda a carga superior do corpo humano. Por isso, é uma articulação instável e seu desalinhamento pode levar a sérias lesões. As denominações de joelho valgo e joelho varo são usadas para se referir justamente ao mau alinhamento dessa articulação. Mas afinal, qual a diferença entre os termos?

De acordo com o ortopedista do Instituto Ferrer, Dr. Marcelo Ferrer, o joelho varo é o termo utilizado para se referir às pessoas que possuem os joelhos projetados lateralmente. Essa condição ocorre quando o maior osso da canela, a tíbia, se volta para dentro, ao invés de alinhar-se com o osso da coxa. Dessa forma, os joelhos giram para fora.

“Os adultos costumam sentir dor em alguma parte interna do joelho, enquanto as crianças não apresentam sintoma algum. Com o tempo, caso não seja tratado, pode causar dores nas articulações, especialmente ao caminhar”, explica a profissional.

O joelho valgo é quando os joelhos estão desalinhados e voltados para dentro, por vezes, encostando um no outro. Por apresentar esse formato, a condição pode ser conhecida também por pernas em forma de X ou pernas de tesoura. Seu diagnóstico é feito por meio de observação das pernas da criança, na posição de pé e com os pés paralelos.

“Nessa posição, é fácil identificar se os joelhos estão voltados para dentro. Outra forma para identificação da condição é olhar se os tornozelos e joelhos se tocam quando as pernas estão juntas. Nas crianças, o joelho volta ao posicionamento normal ao longo do tempo. Sendo assim, não é necessária a realização de tratamento específico”, comenta o Dr. Marcelo.

Em ambos os casos, o médico afirma que quando este desalinhamento é apenas relacionado à movimentação, o tratamento é mais rápido e menos grave. “Entretanto, em situações mais sérias, quando o alinhamento é comprometido mesmo com a pessoa parada, há indícios de deformidade estrutural. Nesse caso, na maioria das vezes, são realizadas cirurgias para correção”, diz o ortopedista.

O Dr. Marcelo Ferrer também ressalta que essas alterações nem sempre são patológicas. “Muitas vezes, são condições inerentes ao indivíduo, que não prejudicam seu bem-estar. Por isso, é importante procurar um ortopedista especialista em joelho, para que ele possa avaliar se tais alterações estão associadas a algum componente de desgaste e acompanhar se há ou não progressão da deformidade”, conclui.