Uso de aparelhos eletrônicos por crianças e adolescentes precisa ser monitorado para evitar lesões, diz especialista

O uso excessivo de videogames, computadores e celulares por crianças e adolescentes é algo que sempre está em debate na sociedade atual. Além dos riscos psicológicos, também há os riscos físicos provocados pelo sedentarismo. Por isso, a atenção dos pais nessas atividades deve ser fundamental. Um estudo publicado na revista Scientific Reports apontou que as crianças, em média, gastam uma hora por dia nos videogames.  

De acordo com a ortopedista do Instituto Ferrer, Dra. Mariana Ferrer, ficar sentado ou deitado por tempo prolongado pode causar má postura, problemas de coluna, tendinite ou dor nos membros superiores pelos movimentos repetidos e em posição inadequada. 

Ela diz que no caso das crianças que ficam em computadores ou videogames, recomenda-se fazer pausas para descanso e alongamento a cada hora. Isso pode prevenir alterações e dores na coluna, mãos, punhos, cotovelos e ombros.

“A falta de atividade física causa prejuízos à saúde. Com a atividade física, há estímulo para desenvolver os músculos e estimular o crescimento da criança. Além disso, melhora a postura da criança e combate a obesidade, complementa a ortopedista do Instituto.

A Dra. Ferrer também afirma que nos movimentos repetitivos em computadores, celulares e aparelhos de videogame, as inflamações acometem os músculos, ligamentos e tendões.

Na visão dela, idealmente a criança ou o adolescente deveria ficar, no máximo, de uma a três horas diárias mexendo em computadores, celulares e videogames. “Não mais do que isso e em condições ergonômicas favoráveis, o que significa teclado não plano, mais inclinado, cadeira adequada para permitir o encosto e monitor na altura dos olhos” recomenda.

A Dra. Mariana Ferrer também indica aos pais que, sempre que possível, a criança deve digitar sentada, com os joelhos a 90 graus e os pés no chão ou apoiados em um banquinho. Deve usar os controles remotos mais ergonômicos

Além disso, a médica também chama atenção para os maus hábitos que o uso excessivo dos aparelhos eletrônicos pode trazer além do sedentarismo. 

“Outro fator tão importante quanto considerar os problemas físicos advindos do uso excessivo de aparelhos eletrônicos é mudar os hábitos da criança ou do adolescente. O uso excessivo dos equipamentos, particularmente à noite, mexem com o sono de quem os usa e dormir pouco tempo causa fadiga, estresse e até dores”, conclui.