Joelho é a principal articulação afetada pela artropatia hemofílica

A artropatia hemofílica é o termo usado pela medicina para descrever uma das complicações da hemofilia. O joelho é a maior articulação do corpo humano e a mais afetada pela hemofilia. Tornozelos e cotovelos também são afetados com frequência.

Quando um sangramento se repete em uma articulação, pode provocar uma lesão progressiva de cartilagem e partes moles. Por isso, a patologia tem como característica a rigidez muscular acompanhada de uma dor crônica intensa. Esses fatores provocam a perda de mobilidade e a atrofia muscular.

A ortopedista do Instituto Ferrer, Dra. Luciana Ferrer, orienta que os pacientes que sofrem dessa doença, na maioria dos casos, necessitam de cuidados ortopédicos e fisioterápicos. “Com o passar dos anos, os tratamentos são cada vez mais eficazes, principalmente com a terapêutica de prevenção”, comenta.

De acordo com um estudo na Revista Brasileira de Ortopedia, é possível a indicação de tratamento cirúrgico sem complicações hemorrágicas em hemofílicos. Entretanto, esse tratamento deve ser feito por uma equipe multidisciplinar formada por cirurgião ortopedista e hematologista.

Nessa mesma pesquisa, foi constatado que na maioria dos pacientes submetidos a cirurgias reconstrutivas com artroplastias totais no joelho ocorreu a diminuição da dor e restauração da amplitude do movimento.

Mesmo assim, é necessário ter cuidado quando o corpo não reconhece os fatores de coagulação administrados para tratar da hemofilia. Esses são os casos mais graves. “Entre 10% e 15% dos casos de hemofilia mais graves revelam a presença desses inibidores que anulam ou complicam os tratamentos. Essa é a complicação mais temida”, relata a médica.

A Dra. Luciana Ferrer listou os principais tratamentos para a artropatia hemofílica. Confira:

  • Fisioterapia: para os casos leves e com boa função; 
  • Infiltração com corticoide: nos casos de sinovite aguda; 
  • Artroscopia: nos casos de sinovite ou sangramento persistente e falha dos tratamentos anteriores; 
  • Osteotomia: para correção de deformidades em pacientes jovens e com artropatia leve a moderada; 
  • Artroplastia: usada nos casos graves e com comprometimento funcional intenso.